A população apresenta necessidades reais em seu cotidiano e o que vimos na votação na câmara a respeito do impeachment reflete os interesses individuais dos deputados, e não representaram os interesses e necessidades do povo.
Entendemos que o atual governo possui responsabilidade sobre a situação do país, mas não podemos atribuir toda a corrupção e a crise nacional ao PT, visto que muitos fatores influenciam nessa situação, além do que, estamos acompanhando pela mídia que vários daqueles que se mostram a favor do impeachment apresentam crimes graves de corrupção. Consideramos que todos nós temos responsabilidade, já que o povo elegeu os deputados e o atual governo.
A votação do impeachment nos pareceu um grande espetáculo, pois uma grande parte dos deputados possuem crimes de corrupção, inclusive Eduardo Cunha, que presidiu a votação, além de defenderem seus próprios interesses e não os do povo.
Segue abaixo a matéria na íntegra e link da página:
http://www.otempo.com.br/capa/pol%C3%ADtica/impeachment-n%C3%A3o-resolve-problemas-do-brasil-diz-imprensa-estrangeira-1.1282722
Impeachment não resolve problemas do Brasil, diz imprensa estrangeira
O processo de impedimento foi tema de análises, entrevistas e editorias de jornais de todo o mundo nesta terça-feira (19)
PUBLICADO EM 19/04/16 - 20h12
O processo de impeachment da presidente Dilma Rousseff se tornou tema de análises, entrevistas e editoriais publicados pela imprensa internacional nesta terça-feira (19). As publicações estrangeiras tentam explicar o que está ocorrendo no Brasil, indicar possíveis saídas para a crise e desenvolver uma avaliação sobre o caráter do processo, que é chamado de tentativa de golpe por setores governistas.
Apesar de não haver um consenso na avaliação feita no exterior, há um clima generalizado de preocupação com a situação do país. São comuns as críticas ao processo de impeachment e as indicações de que o caminho não vai diminuir a corrupção ou acabar com a crise econômica.
'THE NEW YORK TIMES'
O "New York Times" convidou dois brasileiros para defender a posições diferentes sobre a votação da Câmara sobre o mandato de Dilma. "O impeachment é uma forma necessária de combate à corrupção, ou um golpe de conservadores influentes?", questionou, na sessão "Room for Debate".
Para tentar equilibrar o debate, o jornalista norte-americano Alex Cuadros diz que as coisas não são tão simples quanto podem parecer de um lado e do outro. "A disputa no Brasil está longe de preto e branco", diz. "Os dois lados convenientemente exageram na simplificação do que está em jogo."
O "New York Times" convidou dois brasileiros para defender a posições diferentes sobre a votação da Câmara sobre o mandato de Dilma. "O impeachment é uma forma necessária de combate à corrupção, ou um golpe de conservadores influentes?", questionou, na sessão "Room for Debate".
Para tentar equilibrar o debate, o jornalista norte-americano Alex Cuadros diz que as coisas não são tão simples quanto podem parecer de um lado e do outro. "A disputa no Brasil está longe de preto e branco", diz. "Os dois lados convenientemente exageram na simplificação do que está em jogo."
Por um lado, diz, há a acusação das pedaladas fiscais e toda a investigação sobre a corrupção na Petrobras -que Dilma "ou não percebeu, ou não agiu para evitar". Por outro, "o caso contra ela é profundamente político".
"É impossível separar o apoio público para que ela seja retirada do poder da atual crise econômica", explica. Cuadros ressalta ainda que há um lado surreal na disputa, já que cerca de 300 deputados enfrentam acusações. Por último, ele defende que a luta contra a corrupção precisa ir além do atual governo.
"Por conta da ilusão de que o PT é pioneiro na corrupção no Brasil, o impeachment de Dilma pode trazer uma falsa sensação de catarse. Se a indignação popular diminuir, a economia começar a se recuperar, e a imprensa tradicionalmente conservadora mudar o foco, isso pode ajudar Temer, Cunha e seus aliados a fugir das investigações - uma ironia amarga".
'THE WASHINGTON POST'
O "Washington Post" também publicou um editorial sobre o impeachment do Brasil. Para o jornal, o processo não pode ser comparado a um golpe. "Dilma é acusada de violar a lei brasileira que limita os gastos do governo, e o voto contra ela na Câmara seguiu a Constituição brasileira", explica.
Ainda assim, o processo contra Dilma é problemático, diz. "Ele oferece pouca perspectiva de dar fim à crise política do Brasil ou oferecer uma forma para lidar com os profundos problemas políticos." Mesmo sem estar convencido da ideia de golpe, o "Washington Post" defende uma saída diferente do impeachment.
"O melhor caminho para Brasil seriam novas eleições", diz. "Se isso falhar, a maior potência da América Latina pode ser condenada a passar os próximos anos em recessão e em conflito interno. É um preço alto a pagar pelo Estado de direito - mas, até agora, essa é a única área em que o Brasil está ficando mais forte."
'THE WALL STREET JOURNAL'
O jornal de economia "The Wall Street Journal" publicou um artigo de opinião em que destaca que, apesar de ser o caminho preferido pelo mercado, "o impeachment não vai salvar o Brasil".
"A esperança de uma recuperação econômica sob 'qualquer um exceto Dilma' ignora o que faz o Brasil funcionar: commodities", explica o texto assinado por Ruchir Sharma, diretor de mercados emergentes da corretora de investimentos Morgan Stanley.
De tendência liberal e conservadora, o jornal diz que, para recuperar a economia brasileira, seria necessário um Deng Xiaoping brasileiro, uma reforma profunda, revertendo o crescimento do estado de bem-estar social.
'FORTUNE'
A revista de economia "Fortune" publicou um artigo do historiador norte-americano, presidente da Brazilian Studies Association, Bryan McCann. Para ele, o impeachment pode trazer mais problemas de que soluções para o país.
"Colocar o PMDB no poder para limpar a política brasileira é equivalente a limpar o chão com um esfregão sujo", diz. Segundo McCann, caso Michel Temer assuma a Presidência, a única forma de manter a coalizão no poder vai ser diminuindo as investigações de corrupção. "Se preparem para o caso ser abafado."
SLATE
A revista digital Slate publicou uma entrevista com a jornalista brasileira Daniela Pinheiro, que está estudando na Universidade Stanford. A publicação destaca que a decisão é muito perigosa para a democracia, e o impeachment é o mesmo que um golpe.
"A questão é que o impeachment não trata de corrupção. A votação não foi sobre corrupção", explica.
'THE GUARDIAN'.
O jornal britânico "The Guardian" publicou um artigo da jornalista brasileira Eliane Brum criticando o processo de impeachment.
"Sim, isso pode ser um golpe contra a democracia, mas para o bem do país, o PT de Dilma precisa admitir seu próprio papel na corrupção", diz.
VOX
O site Vox diz que o impeachment é essencialmente um ataque político contra a presidente a fim de abafar a corrupção em que o próprio Congresso está envolvido.
"É impossível imaginar que um Congresso tão corrupto acredite seriamente que as supostas pedaladas fiscais de Dilma mereçam impeachment", diz.
'LE MONDE'
Em editorial, o jornal francês diz que a decisão da Câmara contra a presidente é uma má notícia para o país.
"O Brasil entrou em uma fase de incerteza de alto risco. É preciso torcer para que que seus políticos eleitos se controlem e compreendam a urgência de ultrapassar seus interesses pessoais para se dedicar aos de uma população que havia colocado sua confiança neles."
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