quarta-feira, 13 de abril de 2022

Saúde Mental, Convivência e Cultura na Comunidade

                     

   No último final de semana nos dias 8, 9 e 10 de abril aconteceu em Campinas a 3a Conferência Municipal de Saúde Mental 12 anos após a 2a Conferência que aconteceu em 2010. Para nós foi uma satisfação enorme em ver essa importante atividade do Sistema Único de Saúde (SUS) e da Reforma Psiquiátrica Antimanicomial acontecendo. Muitas pessoas participaram, inclusive membros de nosso Blog. 

   Nessa conferência um assunto que finalmente ganhou atenção foi a infraestrutura e investimentos em Centros de Convivência (CeCos) e Casas de Cultura como nosso CeCCo Tear das Artes e a nossa Casa de Cultura Andorinhas.  Finalmente vimos propostas de que em todas as regiões da cidade sejam criados CeCos e que eles recebam investimentos compatíveis ao serviço que prestam para a população para comprar materiais e para contratar profissionais para fazer o serviço funcionar. 

   Apesar de nossa felicidade, seguimos preocupados com fato de que nem sempre proposta são concretizadas em ações práticas que chegue até quem precisa. Nos perguntamos por aqui porque isso ocorre e para nós temos algumas teorias que nos ajudam a entender melhor porque as ações de Cultura e Convivência são desvalorizadas nas cidades, estados e no Brasil:

   Cultura não dá voto: percebemos que o investimento em ações de cultura e lazer que envolvem arte, educação popular e espaços de convivência pública como Centros Culturas e de Convivência, Praças e Parques não são considerados prioridade para os governantes porque aparentemente não dá o retorno que muitos políticos oportunistas desejam para suas carreiras na política.

   Preconceito e discriminação: há preconceito e discriminação da população que é a mais beneficiada pelas ações de cultura. Essa população não tem dinheiro para pagar e é a mais prejudicada pela falta de espaços públicos de cultura, convivência e lazer. A população pobre de periferia das cidades, pessoas negras, pessoas com transtorno mental ou algum tipo de deficiência representam essa população. 

 Falta de Apoio e Organização Social: entendemos que em nossa cidade, Campinas, e país, Brasil, não existe cultura de participação popular e valorização da nossa Cultura e Espaços Públicos de Convivência. Desde nossa infância somos bombardeados com ideias de que o que é público não é bom e que só funciona o é que particular. Esse tipo de mentalidade influencia a nossa vida a ponto de nos fazer se sentir sozinhos ou abandonados e que jamais uma ação da comunidade pode mudar nossa realidade. Tipo o pensamento de que não vale a pena lutar pelo nosso patrimônio é reflexo disso. Percebemos essa mentalidade vem sendo transformada, porque, conseguimos atualmente ver cada vez mais movimentos sociais exigindo direitos e políticas públicas mas isso ainda não é suficiente para o tamanho da nossa necessidade. 

  Quem sabe faz a hora não espera acontecer: as Conferências, a Participação Popular e os Movimentos Sociais são fruto da organização do povo. Se você ouvir alguém falando mal da luta da comunidade, de protestos e manifestações saiba que essas ideias podem estar contribuindo para acabar com o seu direito e o seu bem estar. Junte-se  a nós não se sinta derrotado e nos ajude a fazer acontecer.

  Aqui fica a manifestação do Blog do Tear em apoio a criação de Casas de Cultura, CeCos, Praças, Parques, Ciclovias, Museus, Teatros entre outros lugares. A existência desses lugares também é ação preventiva e de promoção de saúde mental na comunidade.



   

   

   

    


quarta-feira, 6 de abril de 2022

A pandemia e seus efeitos: e como segue a vida?

       Desde fevereiro de 2022 já estamos vivendo uma mudança no cenário da pandemia ao redor do mundo. No, Brasil, por exemplo, o uso de máscaras em vários estados, como São Paulo e Rio de Janeiro, não é mais obrigatório. Há diferentes opiniões sobre o fato e o debate segue sem encaminhamento definitivo.

       Esse debate também é controverso em nossa equipe do Blog do Tear. Em Campinas (SP) onde vivemos há um decreto municipal que regulamenta o uso de máscaras na cidade e os únicos lugares em que permaneceu obrigatório o uso de máscaras é em serviços de saúde e nas escolas.

         De fato houve diminuição significativa de casos de COVID em nossas cidades, estados e país mas a situação ainda é preocupante. Para nós apesar da liberação das autoridades é necessário que a população seja prudente pois todos devemos nos preocupar com a proteção de nossa saúde. Toda nossa equipe segue usando as máscaras. Não todo tempo, mas em situações em que conversam com outras pessoas de casa e onde há aglomeração. Agora já tem sido possível andar na rua sem máscara, mas colocamos a máscara para ir ao mercado e andar de ônibus. O higienização das mãos seja com sabão ou álcool gel segue sendo indispensável, pois, com isso além do coronavírus também evitamos se contaminar com outros vírus e bactérias.

      Coisas que nos preocupam são o fato de que há muitas pessoas que acham que a pandemia acabou, mas ainda não acabou. Percebemos que em nosso país apesar de diminuir os casos as pessoas seguem se contaminando pelo coronavírus e infelizmente parte delas morrem. As crianças, em especial, são quem mais nos preocupa, pois, nem todas estão completamente vacinadas e as crianças com menos de 3 anos nem tiveram direito a se vacinar. Prova disso é que hoje em Campinas (SP) segundo dados informados pela secretaria municipal de de saúde pela rádio CBN todos os leitos pediátricos da cidade estão lotados e há 12 crianças aguardando vaga de internação e a causa da internação da maioria segue sendo doenças respiratórias, inclusive, a COVID 19. Campinas teve 400 novos casos de COVID no dia de hoje e ontem 5 de abril de 2022, 4 pessoas faleceram de COVID 19. No Brasil 75,6% da população já está completamente vacinada contra a COVID 19, mas quase 25% (cerca de 54 milhões de pessoas) da população brasileira tomou apenas 1 dose ou não se vacinou. 

      Isso preocupa, mas queremos viver e para continuarmos vivendo bem precisamos nos cuidar e cuidar das outras pessoas com respeito. O momento pede atenção, paciência, tolerância e cuidado inclusive na hora de lidar com as pessoas que pensam diferente de nós e também tem seu direito, por exemplo de não usar máscara


Pensamento do dia: As pessoas julgam pela aparência, sem saber ao menos a história e o que a outra pessoa já passou. Nunca humilhe alguém, seja qual for o motivo. Nunca saberemos o que nos virá no dia de amanhã. 
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