Lepra, hanseníase, morfeia, mal de Hansen ou mal de
Lázaro é uma
doença infecciosa causada pela bactéria Mycobacterium leprae (também conhecida como bacilo-de-hansen) que
afeta os nervos e a pele e que provoca danos severos. O nome hanseníase é devido ao descobridor do microrganismo
causador da doença Gerhard Hansen.. É chamada de "a doença
mais antiga do mundo", afetando a humanidade há pelo menos 4000 anos e sendo os primeiros registros escritos
conhecidos encontrados no Egito, datando
de 1350 a.C. Ela é endêmica (específica de uma região) em certos países
tropicais, em particular na Ásia. O Brasil inclui-se
entre os países de média endemicidade de lepra no mundo. Isto significa que
apresenta um coeficiente de prevalência médio superior a um caso por mil
habitantes (dado desatualizado) (MS, 1989). Os doentes são chamados leprosos, apesar de que este termo
tenda a desaparecer com a diminuição do número de casos e dada a conotação
pejorativa a ele associada.
A lepra é uma doença contagiosa, que passa de uma pessoa doente, que não
esteja em tratamento, para outra. Demora de 2 a 5 anos, em geral, para
aparecerem os primeiros sintomas. O portador de hanseníase apresenta sinais e
sintomas dermatológicos e neurológicos que facilitam o diagnóstico. Pode atingir
crianças, adultos e idosos de todas as classes sociais, desde que tenham um
contato intenso e prolongado com bacilo. Pode causar incapacidade ou
deformidades, quando não tratada ou tratada tardiamente, mas tem cura. O
tratamento geralmente é fornecido por sistemas públicos de saúde (como o
brasileiro Sistema Único de Saúde).
A lepra foi durante muito tempo incurável e muito mutiladora, forçando o
isolamento dos pacientes em leprosários, principalmente
na Europa na Idade
Média, onde eram obrigados a carregar sinos para
anunciar a sua presença. A doença deu, nessa altura, origem a medidas de
segregação, algumas vezes hereditárias.
No Brasil existiram leis para que os portadores de
lepra fossem "capturados" e obrigados a viver em leprosários, a
exemplo do Sanatório Aimorés (em Bauru, SP),] o
Hospital do Pirapitingui (Hospital Dr. Francisco Ribeiro
Arantes) e o Hospital Curupaiti em Jacarepaguá, no Rio de Janeiro. A lei "compulsória"
foi revogada em 1962, porém o
retorno dos pacientes ao seu convívio social era extremamente dificultoso em
razão da pobreza e isolamento social e familiar a que eles estavam submetidos.
A lepra é transmitida por gotículas de saliva. O bacilo Mycobacterium leprae é eliminado pelo aparelho respiratório da
pessoa doente na forma de aerossol durante o ato de falar, espirrar, tossir ou
beijar. Quase sempre ocorre entre contatos domiciliares, geralmente indivíduos
que dormem num mesmo quarto. A contaminação se faz por via respiratória, pelas
secreções nasais ou pela saliva, mas é muito pouco provável a cada contato. A
incubação, excepcionalmente longa (vários anos), explica por que a doença se
desenvolve mais comumente em indivíduos adultos, apesar de que crianças também
podem ser contaminadas
Noventa por cento (90%) da população tem resistência ao bacilo de
Hansen, causador da lepra, e conseguem controlar a infecção. As formas
contagiantes são a virchowiana e a dimorfa. Nem toda pessoa exposta ao bacilo
desenvolve a doença, apenas 5%. Acredita-se que isto se deva a múltiplos
fatores, incluindo a genética individual.
Indivíduos após 15 dias de
tratamento ou já curados não transmitem mais a lepra.
Gediel Fortunato