Para ser inteiramente sentido, ‘Short Term 12’ é poderoso. Dói. É bonito, humano e absolutamente necessário.
Em uma das cenas de “Short Term 12” um homem diz a Grace no orfanato em que ela trabalha: “É para você estar com eles. Não é a sua função interpretar suas lágrimas.” Mas como saber o limite? Qual o momento exato pra saber onde é certo ou não ultrapassar? E quando a emoção e o passado fala mais alto que a razão?
Nesse orfanato onde Grace trabalha é onde 90% do filme se passa. É incrível como o roteirista e diretor Destin Cretton conseguiu reunir tantas histórias em personagens tão humanos e passar com tanta sinceridade seus medos e traumas em apenas uma hora e meia de filme praticamente sem ‘atropelar’ em nada. A introdução na vida de cada personagem é entregue de forma tão natural que quase nem se percebe. De uma hora pra outra já estamos em volta de toda a dor que é transmitida de forma dura por meio de diálogos simples, canções e veja bem uma ‘história infantil’ que é de longe um dos momentos mais marcantes do filme. A história de ‘Nina’ é uma das coisas mais tocantes que eu já escutei e é um retrato infelizmente de muitas histórias que nunca param de acontecer.
Em volta de tanta dor e personagens tão fortes que se explodem em confissões e lágrimas não poderia ser mais perfeito do que uma câmera que acompanha tudo de perto. Cara a cara. Tudo fica ainda mais verdadeiro e nos rende interpretações surpreendentes e sinceras. Brie Larson está irretocável. Nos prende em suas feições e palavras que vão de humanidade a dor com a mesma clareza.
“Short Term 12” também surpreende com situações inesperadas. O momento em que Grace e Jayden se ‘libertam’ mesmo que por um minuto é simplesmente forte e emocionante. No fim do filme fica aquela sensação inexplicável de vazio. Uma vontade de acompanhar mais de cada personagem. De abraçar forte cada um deles. E quando um filme te toca tão profundamente a esse ponto é por que o trabalho foi muito bem feito. Não perca.
Blog do Tear
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