José Datrino, nasceu no interior de São Paulo na cidade de Cafelândia, em 02 de Abril de 1917. Com mais 11 irmãos trabalhava na terra e com animais para ajudar a família, puxava carroça vendendo lenha. Desde sua infância José Datrino era possuidor de um comportamento atípico. Aos 13 anos de idade, passou a ter premonições de sua missão na terra, na qual acreditava que um dia depois de constituir família, deixaria tudo em prol de sua missão. Seus pais suspeitavam que ele sofria de algum tipo de loucura e chegaram a buscar ajuda em curandeiros.
No ano de 1961, partiu para a cidade de Niterói no estado do Rio de Janeiro. No dia 17 de Dezembro houve um grande incêndio no Grande Circo Norte Americano, onde morreram mais de 500 pessoas. Seis dias depois do acontecimento, José Datrino acordou alegando ter ouvido vozes astrais que o mandavam abandonar o mundo da matéria e se dedicar apenas ao mundo espiritual. Ele foi para o local do incêndio e lá plantou uma horta sobre as cinzas. Mudou-se para esse local e ficou consolando as pessoas e confortando os familiares das vítimas da tragédia com suas palavras de bondade: Agradecido e Gentileza. Nasce então o “Profeta Gentileza”. Percorreu todo o Rio de Janeiro pregando a palavra de amor, bondade e respeito pelo próximo.
Seu lema era Gentileza gera Gentileza.
A partir de 1980 pintou as pilastras do viaduto do Cajú com letras verde amarelo na extensão de 1,5 km . Com o decorrer dos anos os murais foram danificados por pixadores, vandalismo e mais tarde coberto por tinta de cor cinza. Faleceu em 28 de Maio de 1996 aos 79 anos na cidade de seus familiares, Mirandópolis.
No final de 2000, foi publicado pela editora da Universidade Federal Fluminense o livro : Brasil tempo de Gentileza de autoria do professor Leonardo Guelman.
Em 2001 foi homenageado pela Escola de Samba “Acadêmicos do Grande Rio”, Gentileza foi homenageado na música pelo compositor Gonzaguinha em 1980 e também pela cantora Marisa Monte em 1990. As duas canções levam o nome de Gentileza.
A eliminação das inscrições foi criticada, e posteriormente, com a ajuda da prefeitura do Rio de Janeiro foi organizado o projeto “Rio com Gentileza” e em Maio de 2000 a restauração das inscrições foi concluída e o patrimônio urbano carioca foi preservado.
O teólogo Leonardo Boff acrescenta: “Por isso, duas tarefas se fazem necessárias desde a morte de José Datrino: preservar sua memória e aprofundar o princípio da Gentileza como um novo éthos, que ajudará a cidade a melhorar seu padrão de sociabilidade e a garantir mais suavidade em todas as relações humanas”.
E que assim seja, que Gentileza continue sempre a gerar Gentileza.
Jovenil Pedro de Oliveira
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