Hoje publicamos a segunda parte da entrevista realizada dia quatorze de outubro com o Professor Gilvan.
O encontro foi demais, relembramos também de
grandes figuras que passaram por aqui e muitas, mas muitas histórias mesmo
sobre o Tear das Artes e sobre a vida.
Conversamos sobre a história e o programa da
Rádio Ondas Mentais. Inspirados na experiência que o próprio Gilvan tinha
participado na cidade de Santos com a "Rádio TAM TAM" começaram a
fazer reuniões com a comunidade com a intenção de fundar uma rádio comunitária
aqui na região do Ouro Verde.
No começo com as pessoas envolvidas, corremos
atrás de um espaço (no caso uma rádio) para colocarmos nossos programas no ar e
capacitação para o pessoal saber como fazer a rádio funcionar. No
inicio do programa da rádio fizemos uma parceria para divulgar nossos programas
em uma rádio comunitária aqui da região do Ouro Verde, mas que depois
infelizmente não foi mais possível porque os nossos interesse, da equipe que
fazia a rádio, entrou em conflito com os interesses da rádio comunitária que
naquele momento, era uma rádio evangélica. Depois partimos para outros projetos
e espaços de comunicação comunitária. Ficamos 1 ano fazendo o programa de rádio
na Rádio Muda da UNICAMP, toda segunda de manhã. O programa era ao vivo e na
base de pauta e do improviso a equipe segurou a onda em um dos momentos mais
legais e independentes da Rádio Ondas Mentais. Depois
disso estabelecemos uma parceria com o Ponto de Cultura Maluco Beleza do
Serviço de Saúde Cândido Ferreira que passou a veicular nossos programas em sua
programação on line.
Ainda na ativa com o mundo da rádio Gilvan hoje
em dia faz o programa "Sr G Abduzido" toda quarta-feira à noite das
19h às 20h na Rádio Muda (FM 88,5) da UNICAMP.
Porém, uma coisa que sempre interferiu no
dia dia do Centro de Convivência foram as mudanças no cenário político da
cidade e por essa razão o conjunto de profissionais que trabalhava aqui no Tear
há pouco mais de um ano, por causa de seu vínculo trabalhista, foi transferida
para outros serviços da rede de saúde mental de Campinas. Isso gerou uma crise
no serviço, para os profissionais e para os usuários.
Gilvan contou episódios históricos
sobre a origem de várias atividades e grupos do Tear. Uma delas, das mais
marcantes, foi sobre a reforma da cozinha do Tear que hoje abriga os projetos
de geração de renda "Harmonia dos Sabores" e "Clube dos
Sabores" que contou com projeto que o próprio Gilvan ajudou a elaborar e
já sediou cursos de culinária do SESI e da Casa das Oficinas.
Com relação ao Tear das Artes hoje em dia,
Gilvan, fica muito feliz, acompanha as atividades pela internet e quer muito
que cada vez mais os projetos se tornem conhecidos pela população e comunidade.
Como reflexão Gilvan nos deixa o
pensamento de que: "Tudo o que ele ajudou a produzir e ainda faz foi no
sentido de valorizar o protagonismo da comunidade e dos usuários da saúde
mental".
"A coisa mais legal que fiz na
vida, depois dos meus filhos, foi o Tear das Artes"
Uma coisa que ainda não entendo é
como os usuários ainda são internados em hospitais. Eu que trabalhei 10 anos em
CAPS acho que temos condição de lidar com a crise sem recorrer a
internação."
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Gilvan com os profissionais e usuários do CeCCo Tear das Artes. |
Equipe Tudo Acontece.