Chamamos tod@s a unirem forças no ato em defesa da Reforma Psiquiátrica!
DIA: 18 de maio de 2016
HORÁRIO: 13h
LOCAL: Praça Carlos Gomes (Avenida Anchieta, Centro de Campinas)
Um pouco da história...
O Movimento da Luta Antimanicomial teve seu início marcado em 1987, em continuidade a ações de luta política na área da saúde pública no Brasil por parte de profissionais de saúde que contribuíram na própria constituição do SUS. Naquele ano a discussão sobre a possibilidade de uma intervenção social para o problema da saúde mental, especificamente, dos absurdos que aconteciam nos manicômios ganhou relevância, permitindo o surgimento específico deste movimento. Desde então a participação paritária de usuários de serviços e seus familiares se tornou característica deste movimento. Em 1987 estabeleceu-se o lema do movimento: "Por uma sociedade sem manicômios", e o 18 de maio foi definido como o Dia Nacional da Luta Antimanicomial, data comemorada desde então em todo o país.
Pelo o que lutamos?
O Movimento da
Luta Antimanicomial se caracteriza pela luta pelos direitos das pessoas
com sofrimento
mental. Dentro desta luta está o combate à idéia de que se deve isolar
a pessoa com
sofrimento mental em nome de pretensos tratamentos, idéia baseada apenas
nos preconceitos
que cercam a doença mental. O Movimento da Luta antimanicomial
faz lembrar que
como todo cidadão estas pessoas têm o direito fundamental à liberdade,
o direito a
viver em sociedade, além do direto a receber cuidado e tratamento sem
que para isto
tenham que abrir mão de seu lugar de cidadãos.
Por esta razão o
Movimento tem como meta a substituição progressiva dos hospitais
psiquiátricos
tradicionais por serviços abertos de tratamento e formas de atenção
dignas e
diversificadas de modo a atender às diferentes formas e momentos em que
o sofrimento
mental surge e se manifesta. Esta substituição implica na implantação
de uma ampla
rede de atenção em saúde mental que deve ser aberta e competente para
oferecer
atendimento aos problemas de saúde mental da população de todas as
faixas
etárias e apoio
às famílias, promovendo autonomia, descronificação e
desinstitucionalização.
Além dos
serviços de saúde, esta rede de atenção deve se articular a serviços das
áreas de ação
social, cidadania, cultura, educação, trabalho e renda, etc., além
de incluir as
ações e recursos diversos da sociedade.O Blog do Tear apresenta um depoimento do participante Nilton, que vivenciou e vivencia a experiência da saúde mental.
"Eu acho que a Reforma Psiquiátrica, introduzida no país, foi muito importante para o restabelecimento de muitas pessoas com sofrimento psíquico. A partir do momento em que se compreendeu que os hospitais psiquiátricos não seriam o melhor meio de tratamento, principalmente a internação, fizeram com que os pacientes pudessem ser inseridos no meio social, juntamente com seus familiares. As internações trazem muito sofrimento para todos. Nos hospitais toma-se medicamentos muito fortes, o sujeito é afastado do mundo, das pessoas, passam a ser motivo de chacota, e até mesmo serem confundidos com espíritos malignos. A impressão que tenho é que as pessoas com sofrimento psíquico estavam à margem da sociedade, sem nenhum direito. Juntamente com os profissionais e os familiares, os sujeitos com sofrimento psíquico lutaram por uma mudança na forma de tratamento, entendendo que a internação não é o melhor caminho para cuidar. Ainda falta muito para conseguirmos os nossos objetivos, que é o fechamento de todos os hospitais psiquiátricos do país. Mas já temos muitas vitórias, pois muitos hospitais já foram fechados definitivamente. Depois dessa mudança, eu hoje me sinto uma nova pessoa. Esperamos que os CAPS não fechem." (Nilton, participante do Blog do Tear e usuário da rede de saúde mental de Campinas).
Nenhum comentário:
Postar um comentário