Não faça tempestade
em copo d’água..., de Richard Carlson, vendeu 6 milhões de
exemplares nos Estados Unidos. Por conta disso, ficou 61 semanas na
lista dos mais vendidos do New York Times e foi o Livro do Ano do USA
Today em 1997. Qual é a chave desse sucesso? A resposta está na
obviedade do título: o autor descobriu maneiras simples de impedir
que coisas insignificantes estraguem a vida. Psicólogo e budista,
Carlson mostra um "outro jeito" de viver que implica trocar
velhos hábitos por novas perspectivas.
Ele usa situações
cotidianas para dar dicas de como diminuir o estresse. A famosa
fechada no trânsito é um caso típico de gatilho que dispara raiva,
frustração e alta pressão arterial. A sugestão é manter o
próprio senso de bem-estar e não incorporar o problema do outro.
"Por que não deixar, simplesmente, que o mau motorista tenha
seu acidente alhures?"
O autor conta sua
experiência de exercício da tolerância com as filhas de quatro e
sete anos, que sempre interrompiam seu trabalho. "Aprendi a ver
a inocência do comportamento delas e passei a fazer questão de
lembrar, nessas horas, por que elas tinham ido me ver. Porque me amam
e não porque estivessem conspirando para arruinar meu trabalho."
Na prática, ele decidiu acordar mais cedo todo dia para trabalhar em
paz.
Não há lições
definitivas: cada um deve procurar seu caminho de menor resistência
e melhor resultado. Mas há dicas. Criar "períodos de paciência
prática" é uma delas. "Comece com períodos pequenos e
diga para você mesmo: ‘Ok, nos próximos cinco minutos não vou me
deixar aborrecer por nada desse mundo.’" Outras sugestões
simples como escrever cartas para pessoas por quem você sente
gratidão ou contar até 10 antes de estourar são descritas como
técnicas eficientes para controlar a ansiedade e o maldito estresse.
Outra técnica é
sempre se perguntar: "Que importância isso terá daqui a um
ano?" É uma boa maneira de detectar se a situação é
realmente séria ou se você é que está fazendo tempestade. Algumas
de suas propostas parecem estranhas. Ele deve ser a primeira pessoa a
aconselhar a contemplação do tédio. O que é isso? Simples: "Fique
quieto alguns minutos, talvez olhando pela janela e percebendo seus
pensamentos e sentimentos." No início, ele diz, é quase
insuportável. Depois, a gratificação é enorme.
Ele sugere também
estratégias assustadoras, como se imaginar no próprio funeral.
Considerar a própria morte pode ser eficaz para enxergar a vida. Por
mais doloroso que possa ser, o fato é que no dia de nossa morte a
"caixa de entrada" vai estar abarrotada de compromissos —
telefonemas a serem dados, projetos a serem resolvidos, decisões a
serem tomadas — e o mundo não vai parar por causa disso. "E
sabe do que mais? Alguém fará essas coisas por você!", diz
ele. Moral da história: viva e deixe viver. Lembrando-se, sempre das
duas regras básicas da harmonia: 1) não faça tempestade em copo
d’água, e 2) tudo na vida são copos d’água.
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