Você já reparou que parece que na vida tem pessoas que são bem sucedidas independente do que se espera delas?
Tipo assim, por que algumas pessoas que sofrem preconceito e discriminação são bem sucedidas e outras parece que não?
Qual será o segredo delas? Que tipo de ensinamento elas podem nos trazer para que seja possível enfrentar o desafios da vida?
Em primeiro lugar, entendemos que a sociedade impõe padrões de comportamento, de aparência física e de formas de viver a vida. É extremamente difícil e causa sofrimento para muitas pessoas perceber que não é igual ou se comporta que nem esse padrão. Aliás, verdade seja dita, muitos problemas do mundo e das relações são provocados por existirem padrões que são preconceituosos ou impossíveis da maioria das pessoas atingir.
Tem pessoas que mesmo com essas condições problemáticas parecem conseguir lidar com os desafios da vida enquanto a maioria das pessoas tem dificuldade. Por que será? Isso é uma questão individual? Cada pessoa tem que lidar?
Mas, o que explica o fato de que tem pessoas que são mais vítimas de violência e discriminação do que outras? Na nossa opinião isto não é individual não. Porque isto interfere muito nas oportunidades que a pessoa vai ter na vida, na sua autoestima e também no sucesso que ela vai ter na situações que enfrenta.
Entendemos que o respeito é a base de todas as relações. Nas relações humanas sempre devemos respeitar as outras pessoas. Começa nas relações familiares e a partir daí isso se estende para o mundo. Mas, na vida, precisamos ter sabedoria e perceber que há momentos em que o mundo é tão injusto que temos que desrespeitar os padrões sociais para que nossos direitos e nós sejamos respeitados.
E os padrões da mídia, o que é isso? Eles existem?
Entendemos que sim porque percebemos que durante muitos anos existia um tipo de pessoa que tinha uma aparência que sempre aparecia na televisão, nas revistas, na internet e este tal padrão que essas pessoas têm não representava a maioria das pessoas do nosso país. Hoje parece que coisas mudaram, mas o padrão da mídia ainda continua perseguindo a gente.
O grande problema deste padrão, quando se trata da aparência física, é que ele influencia em vários setores da vida. Como na opinião dos profissionais de saúde, profissionais de estética/beleza, profissionais de educação e relações sociais. No nosso grupo muitas pessoas relatam que profissionais de saúde já agiram com preconceito e discriminação com elas pelo fato dos profissionais avaliarem que elas tinham que perder peso mesmo com os exames delas mostrando que elas estão saudáveis. Em nosso grupo pessoas já sofreram discriminação por causa do seu cabelo e aparência física e isto tem a ver com a influência do padrão da mídia na opinião das pessoas que faz elas julgarem as outras pessoas.
As vezes não é só isso. Porque a violência pode ser causa pelo racismo, machismo, gordofobia, lgbtfobia e outras formas de violência e discriminação.
Precisamos então nos unir e compartilhar experiências positivas que ajudam as pessoas a se fortalecer e se unir com apoio de outras pessoas que tem a mesma origem social, experiências de vida ou que enfrentaram as mesmas dificuldades.
Nem todos os profissionais agem com preconceito e discriminação e há muito conhecimento que profissionais de saúde podem compartilhar de sua formação que colabora para promover o bem estar das pessoas.
Conhecimento e informação são um patrimônio, então, precisamos de mais informações que nos ajudem a enfrentar nossos problemas sem sermos julgados com falta de vontade e capacidade para resolver problemas. O que ajuda as pessoas é apoio, informação e solidariedade e não cobranças, julgamento e a violência.
* Extraída de matéria do Portal Geledes, da matéria "Pessoas Brancas: O Padrão Social Normativo" disponível em: Pessoas brancas: o padrão social normativo (geledes.org.br)
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