quarta-feira, 8 de janeiro de 2020

Como está o Cuidado No SUS?

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  Infelizmente, é bastante frequente no SUS casos de pessoas com algum tipo de doença e seus familiares, procurarem atendimento em serviços de saúde e, ao invés de passar por avaliação do profissional, serem constrangidas, tendo suas queixas desvalorizadas, como se estivessem procurando o serviço por falta do que fazer, serem consideradas "poliqueixosas" ou que seus sintomas fossem sinônimo de algum transtorno mental.
 Nossa publicação hoje é um protesto e um alerta. Em nosso debate hoje colecionamos situações vividas por membros do Blog do Tear que ao buscarem atendimento no Pronto Socorro e Centro de Saúde, passaram por dificuldades porque os profissionais que os atenderam, em vez de ouvi-los, tiraram conclusões precipitadas, alguns agiram com preconceito e não conseguiram fazer o atendimento necessário para resolver seus problemas. 
  Um membro de nosso Blog teve um acidente vascular cerebral (AVC) há menos de 2 meses. Ele e sua irmã contam que demorou 5 dias para conseguirem identificar o que aconteceu com ele e isso não foi por falta de procurar por ajuda. Contam que precisaram ir duas vezes ao Pronto Socorro e Centro de Saúde para identificarem o que estava acontecendo com ele. Nossa questão não tem a ver com o fato de alguns problemas de saúde requererem tempo para ser diagnosticados, pois, isso ocorre com frequência e não é negligência dos profissionais. Nossa questão é que no relato dessa família, eles contaram que muitos profissionais que avaliaram o membro do Blog não fizeram nem a avaliação prevista para situações dessa natureza ou ignoraram as informações trazidas pelos familiares que haviam percebido que ele havia sofrido o AVC.
 Casos desse tipo, infelizmente, ocorrem com frequência segundo o relato de vários membros do Blog. Temos algumas hipóteses para explicar porque isso ocorre com frequência:
  1) Falta de Investimento no SUS: é sabido que o SUS desde sua criação não recebe o investimento e financiamento necessários para seu desenvolvimento custeio. O que na prática gera falta de infraestrutura, serviços insuficientes para a quantidade de pessoas que atende e a falta de profissionais nas equipes dos serviços. Essas questões são de responsabilidade do poder executivo, ou seja, prefeituras, estados e país;
  2) Sobrecarga de trabalho dos profissionais: a defasagem de profissionais, objetivamente faz com que os profissionais trabalhem sobrecarregados e tenham que atender uma demanda muito maior do que a que deveriam  ou que tem condição de atender de forma adequada. Os profissionais de saúde estão entre as categorias profissionais mais atingidas por problemas ocupacionais e que se afastam por motivo de doença. Profissionais adoecidos ou sobrecarregados estão muito mais passíveis a cometer erros do que profissionais que trabalham em condições adequadas;
  3) Falta de Humanização: infelizmente um dos motivos que faz a integralidade e cuidado no SUS ser prejudicado é a qualidade da formação profissional e, em alguns casos, a falta de ética de alguns profissionais. Muitas faculdades e universidades não inserem em seus currículos disciplinas que abordam a questão cuidado humanizado e respeito as pessoas atendidas. Cada vez mais a formação se concentra na especialização profissional e domínio do aparato tecnológico ao invés de abordarem questões básicas e centrais para promover a sensibilização dos profissionais para identificar as necessidades da população. Por último, mas não menos importante, temos inúmeros exemplos de profissionais que faltam com a ética profissional e são desrespeitosos e até violentos com as pessoas que atendem. Essas pessoas devem ser denunciadas e podem, inclusive, ter sua licença profissional caçada pelas maldades que cometem.
 Como vocês acompanharam há muitos responsáveis pelo que vivemos no nosso SUS. Nós somos a favor do SUS, ele é nosso patrimônio e, por isso, devemos lutar por ele, denunciar seus problemas e exigir melhorias e soluções!
  

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