segunda-feira, 26 de maio de 2025

Por que existe o dia da Luta Antimanicomial?

  
  A luta Antimanicomial surge como movimento social e politico nos anos 80s (com as primeiras lutas), em  resposta a situação precária e abusiva em que as pessoas com transtornos mentais eram tratadas em hospitais psiquiátricos (manicômios), que se caracterizavam por condições de vida degradantes, violências e falta de cuidados.
 As famílias e a sociedade antigamente não sabiam lidar com pessoas com transtornos mentais.  Isto acarretava em isolamento social e familiar. As pessoas que eram consideradas diferentes e vulneráveis eram encaminhadas para hospitais psiquiátricos onde eram submetidas a tratamentos desumanos e cruéis, e acarretando em violações de direitos.
  Há registros na história brasileira de que mais de 60 mil pessoas morreram em hospitais psiquiátricos. Tendo sido apelidado de Holocausto Brasileiro em livro que conta a história do hospital psiquiátrico a Colônia de Barbacena, Minas Gerais. 
  A lógica antimanicomial está presente na sociedade, por exemplo, no caso de uma pessoa idosa, que os familiares não querem mais cuidar do familiar e querem interná-lo em instituição de acolhimento para idosos.  
  A luta antimanicomial defende o fim da internação em hospitais psiquiátricos, a construção de uma rede de atenção psicossocial (RAPS), com o cuidado em liberdade e a garantia dos direitos  para pessoas com sofrimento mental.
  Com o fechamento dos hospitais psiquiátricos surgiram como rede substitutiva os Centro de Atenção Psicossocial (CAPS) que integram a Rede de Atenção Psicossocial (RAPS) que buscam realizar o tratamento em comunidade e em liberdade. Nesta forma de tratamento, é proporcionado espaço para o cuidado com afeto, liberdade e com respeito aos direitos humanos. Os casos que necessitem de internação são encaminhados para leitos no prórpio CAPS ou em hospitais gerais. 
  O dia 18 de maio é o Dia Nacional  da Luta Antimanicomial, data em que são realizadas várias atividades e movimentações para lembrar a importância do cuidado em saúde mental em liberdade, 
promover  a conscientização, debates e discussões e fortalecer a rede de atenção. O  movimento busca garantir os direitos humanos das pessoas com sofrimento mental, combatendo o estigma e o preconceito.
 O movimento MLAC (Movimento da Luta Antimanicomial de Campinas) existe há mais de 30 anos e denuncia as internação forçadas em comunidades terapêuticas e clínicas psiquiátricas financiadas com dinheiro público e por entidades religiosas que continuam internando pessoas à força em locais onde violências são cometidas, assim como nos manicômios.
 E também tem os hospitais psiquiátricos judiciários, que são manicômios onde pessoas que cometem crimes tendo algum distúrbio mental são encaminhados. Nesses hospitais embora a justiça brasileira não preveja a pessoa pode ter sua pena com prisão perpetua, o que não existe na justiça brasileira.
   Em casos de internação a lei brasileira (Lei 10216 de 2001) foi estabelecida para que a pessoa que necessita, precisa ser internada com respeito a sua vontade. Há outras 2 situações que são a internação involuntária, indicada pelas equipes de saúde, e compulsória, determinada pela justiça. Mas, em todas estas situações o direito da pessoa em tratamento deve ser respeitado. Por exemplo, toda pessoa tem o direito de receber visitas e contatos telefônicos quando estiver no hospital. Os responsáveis, familiares e amigos tem o direito de saber que podem visitar ela ou ligar para ela e saber se não vai ter mal tratos ou isolamento social que prejudica o paciente. Se isso não for respeitado, desconfie.
   Por fim, recomendamos e é direito das pessoas que tem vícios em drogas  e são internadas pesquisar se não vai ter mal tratos por que pode ter abstinencia ou danos psicológicos porque esse tratamento não pode ter gatilho mentais do uso de drogas. Por isso é recomendado ir em serviço público do tipo CAPS, Centro de Saúde ou até pedir informações e frequentar Centros de Convivência como o Tear das Artes.

Equipe Blog do Tear



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