segunda-feira, 4 de agosto de 2025

Redes Sociais e Saúde Mental

Como evitar que as redes sociais prejudiquem a saúde mental de crianças e  adolescentes – Guia do Bebê 
 

As redes sociais de antigamente eram completamente diferentes de hoje em dia. Nos anos 2000 a redes sociais como MSN (Messenger), Salas de Bate Papo (Chats) e Orkut a função era unir as pessoas de longe e familiares e não tinha uma grande corporação (grande empresa) por trás tudo isso: era o termo nós eramos felizes e não sabia. Em 2010 logo tinha uma grande corporação por trás disso que era a Meta do Mark Zukerberg. 

No inicio o numero de fobia social aumentou e foi descrita com o termo Fear of Missing Out (medo da perda), essa fobia social atinge mais a geração Y e Z (pessoas nascidas a partir de 1981) na época afetando a saúde mental de quem usa, inclusive, causando ansiedade generalizada em algumas pessoas. 

As empresas que administram as redes sociais, chamadas de Big Techs ou grande corporação, não deram muita importância a esta situação, minimizou o dano.

Nos parece que tal situação se tornou como uma droga ou seja os traficantes nunca vão consumir a droga, mas virou como um vício que nem o consumo de cigarro para quem usa as redes sociais. 

Causa o mesmo prejuízo de vícios em jovens com 13 anos e 15 anos que procuram lugares inusitados para tirar selfs e fazer vídeos. Isso gerou, inclusive, morte precoce de jovens por consequências de participação em grupos nas redes sociais que incentivam, por exemplo, a violência, o ódio e o preconceito.

Em 2020 a atenção das pessoas estava deteriorada e o número de pessoas com TDAH (transtorno de déficit de atenção e hiperatividade) tem aumentado e demonstra que essa geração que consome vídeos curtos (tipo reels) acaba gerando prejuízos ao cérebro que foi descrito com termo "brainrot", termo usado para descrever a suposta deterioração do estado mental ou intelectual devido ao consumo excessivo de conteúdo superficial, especialmente o das redes sociais.

          Nossa sociedade atual e seu ritmo parecem favorecer estilos de vida de forma imediata e que não incentivam a paciência e que provocam muita ansiedade. O excesso de informações de redes sociais e vídeos podem trazer notícias falsas e sensacionalistas que resultam em perda da paciência e são mais prejudiciais para pessoas idosas.

        As redes sociais funcionam com os algoritmos (conjunto de regras e instruções que determina quais conteúdos aparecem para uma pessoa usuária, com base em seus interesses e interações) e que tem como objetivo fazer com que a pessoa fique cada vez mais conectada e interagindo. Apesar de facilitar o uso para o usuário, também reúne um conjunto de informações que são vendidas e se transformam em anúncios personalizados com objetivo de lucro para as empresas.

           Hoje é difícil ficar sem a comodidade e rapidez que o celular e a internet propõem, como exemplos, compras, conversas de trabalho, relações familiares, pagamentos de contas entre outras.

         Reconhecemos as vantagens das redes sociais e internet como conexões de pessoas, lazer, compras, mais facilidade de acesso a conhecimentos, democratização das informações. Mas, também reconhecemos que o uso em excesso tem trazido conseqüências para nossa saúde mental e que se traduzem em piora de qualidade de vida como ansiedade e estresse, problemas de sono e vícios.

O tempo, as mudanças e a sociedade


Nostalgia define nossa reflexão de hoje. Mas, como sempre nossa conversa envolve a experiência de cada pessoa e ao mesmo tempo do mundo que nos rodeia.

É intrigante observar o tempo passar. Quem não se pegou pensando na vida após reencontrar uma pessoa conhecida na rua que não revia há muitos anos? Alguém com quem a gente conviveu por muito tempo talvez já até tivemos amizade e agora somos apenas conhecidos de encontros casuais no mercado.

Estes encontros nos proporcionam quase sempre uma retrospectiva sobre a vida do tipo que nos coloca no túnel do tempo de tudo que já vivemos. Junto com isso revisitamos tempos antigos, lembranças de amizades, memórias da vida vivida e do mundo do nosso tempo. É importante lembrar de coisas que vivemos, que são muito queridas e que talvez não voltam mais. 

No dia de hoje lembramos de 30 anos atrás. Memórias de como era o mundo nos anos 90 palco da juventude de muitos de nossos integrantes. O cenário daquela época era de um momento em que o povo brasileiro recebia informações que a meta da vida era estudar, se qualificar profissionalmente e conhecer a tecnologia.

Com o passar dos anos percebemos que o incentivo era para que as pessoas se qualificassem para atender a necessidade econômica da época e não para se desenvolver como pessoa. 

Este fato é muito importante porque o setor econômico sempre priorizou quem tem muito dinheiro e não o povo. Com o tempo observamos que a economia mudou sem haver a preocupação com as pessoas. 

Sempre que há uma crise nos setores produtivos a primeira notícia que temos é de que haverá demissões de quem trabalha e nunca que haverá diminuição do lucro do setor. Entendemos que diminuir lucro não é ter prejuízo. Mas, sim que o muito lucrativo ou muito rico vai ganhar menos. Isto não é justificativa para demitir quem trabalha. 

Hoje percebemos que a população é incentivada a conhecer a internet, adquirir e usar telefones celulares de forma rápida e imediata sem conhecer a fundo as origens da tecnologia que faz isso acontecer.

Na nossa opinião a história está se repetindo, pois, parece que a nova geração está sendo incentivada a dominar aquilo que é o necessário para o seu tempo, sem ser incentivada a questionar os rumos da sociedade em que vivem e se isso está sendo feito em seu benefício. 

Por fim, vemos propagandas de tecnologias caríssimas para aumentar o lucro de setores que beneficiam muito poucas pessoas, como o "Agro".  Inclusive, para nós o problema maior é o uso de agrotóxicos na lavoura que nos afeta muito mais que o lucro dos latifundiários e as máquinas avançadas que hoje existem para realizar as colheitas.

Porém, a história também é feita de histórias que nos inspiram, como a do ex prefeito Toninho (Antônio da Costa Santos) de Campinas, assassinado em 2001. Durante sua curta passagem pela prefeitura municipal defendeu o interesse da população e tentou investir em um projeto de cidade para quem vive nela e não o interesse de grande empresários. Infelizmente foi morto antes de concluir seus planos o que hoje é um prejuízo para toda a cidade.

Em cidades grandes, como Campinas, parece que muitas mudanças feitas nem sempre favorecem as pessoas. Membros do nosso Blog lembraram de muitos acontecimentos em que coisas mudaram na cidade e que sentiram ser um prejuízo em vez de melhorar. Isto acontece desde a mudança de sentido de uma rua até o corte de uma grande quantidade de árvores para dar lugar a corredores de ônibus.


Esta situação chega a ser sentida de forma muito profunda para as pessoas. A natureza e as construções são parte da identidade do povo e mudanças repentinas podem inclusive ser motivo de produzir sentimento de vazio e tristeza.  

Lembramos de histórias de associações de bairro e seus integrantes que durante muitos anos em Campinas e em muitos outros lugares lutaram por melhorias para a população de diversos lugares. Hoje percebemos que muitas associações perderam o sentido de sua atuação porque tem funcionado mais para gerar lucro para quem realiza as atividades sem que o dinheiro arrecadado seja revertido para benefício da própria comunidade.   

Uma coisa nos intriga. Em Campinas existe aeroporto, laboratórios de alta tecnologia, universidades e serviços de excelência. 

Por que estas coisas grandiosas construídas em muitas lugares como aqui não são feitas para a maioria do povo poder usar?

O que a gente pode fazer para mudar isso? E você aí o que pensa?







Reflexionalidade específicos sensibilidade emplexo humano


Não desrespeito uma mulher e quanto tanto não desrespeitei minha mãe mesmo não se desrespeito a mim próprio pedaço uma vida um corpo humano mesmo desfeito um pedaço um corpo humano vim feito do ventre da minha mãe através do meu pai que me fez a vida eu nascer mesmo me sinto desrespeito a mim mesmo desrespeito uma família ao um pedaço de mim outra mulher me desrespeitou mesma uma mãe desrespeitou um pai que poderia ter um filho mesma desrespeitou a vida a sociedade ao coração do povo mesma desrespeitou um pedaço da população mesma desrespeitou ausência preferência uma vida um bebê ao um neném que não estaria pedindo pra nascer ao meu filho que não estaria pedindo pra vir no mundo que seria uma garota ou seria um garoto faz parte do respeito educação obediência artificia humana na terra aprendi assim.

Não me acho sozinho em lugar nenhum mesmo me sinto conforto e amor e carinho e atração e desejo e afeto que aquece sistema energético que esquenta hormônio efeito natural sentado perto de uma mulher me sinto calmo consolável a falta ficou fazendo minha mãe desde quando a falta ficou fazendo meu pai que me fez a vida eu nascer em primeiro lugar na minha família e quanto tanta falta fez outra mulher em segundo lugar mesma falta ausência preferência uma vida um bebê ao um neném que não estaria pedindo pra nascer ao meu filho que não estaria pedindo pra vir no mundo que seria uma garota ou seria um garoto mesmo coração do povo ao uma vida sociedade mesmo pedaço da população me se conformo que não significo único e mesma uma mulher não significa única mesmo considerável uma só carne assim me sinto conformado ao fundo do meu coração ao fundo do meu peito outra mulher sentada perto de mim em qual quer lugar onde eu estiver e outra mulher acompanhada comigo e eu acompanhado com outra mulher mesma acompanhado uma família mesma uma mãe acompanhada um pai que poderia ter um filho mesma uma vida que valia um pedaço de mim ao uma vida uma garota mesma uma vida um garoto faz parte do respeito educação e obediência artificia humana na terra significa respeito uma mulher mesmo me sinto respeito a mim próprio mesmo conforto e amor e carinho e atração e desejo e afeto que aquece sistema energético que esquenta hormônio efeito natural me relaxa e me sinto calmo durante a discussão e controlável meu sistema nervoso não me sinto alterado com mulher nenhuma.

quarta-feira, 30 de julho de 2025

Oficina de Lambe Lambe no Tear das Artes

 


A oficina no Tear das Artes já começou e é gratuita!


Durante seis encontros, vamos mergulhar no universo do lambe como linguagem de intervenção urbana, experimentando colagens, mensagens autorais e processos criativos que combinam arte e política no espaço público.

A cada encontro, vamos construir coletivamente uma narrativa visual que emerge das vivências e vozes dos participantes no território do Parque Universitário de Viracopos.

- Local: Tear das Artes – Av. Benedito Roberto Barbosa, 11 – Parque Universitário de Viracopos
- Datas: 25 de julho | 01, 08, 15, 22 e 29 de agosto
- Horário: das 14h às 17h
- Arte-educador: Sil Oliveira (@foradamargem)

Ainda dá tempo de colar com a gente!

Hey :) todos os espaços da programação são acessíveis. Se você precisar de algum recurso extra de acessibilidade nos dias das atividades, é só chamar a gente no (14) 99777-9503 ou no (19) 32665656


segunda-feira, 21 de julho de 2025

As Relações Humanas e Suas Contradições

Mãos Dadas 

As relações entre as pessoas e o mundo são muito complicadas.

Cada pessoa é um universo, um indivíduo a parte. Mas, todas as pessoas fazem parte da sociedade.

Baseado nisso refletimos sobre como está a qualidade das relações humanas e em sociedade.

Cada pessoa tem uma trajetória e por isso as experiências são diferentes umas das outras.

Uma preocupação nossa é a desumanização ou a desigualdade nas relações entre as pessoas. Será que hoje estamos menos gentis uns com os outros no mundo?

Integrantes do nosso grupo deram exemplos de situações muito graves de grosseria, violência e maus-tratos de umas pessoas com as outras.

Falamos de situações de desrespeitos graves aos direitos de pessoas com deficiência no mundo. Como um caso trazido de uma pessoa com deficiência visual que foi ajudada por um integrante do nosso grupo que foi desrespeitada quando embarcava no ônibus e foi vítima de preconceito e discriminação de forma muito grave.

Entretanto, também conversamos sobre o efeito da precarização das condições de trabalho e exploração da massa trabalhadora como, por exemplo, motoristas de ônibus. Com jornadas exaustivas e condições péssimas de trabalho e isso em nossa opinião é um gerador das violências e a da piora das relações entre as pessoas.

Ficamos indignados com o fato que proprietários de grandes empresas, políticos e pessoas com alto poder financeiro não são responsabilizados pelo mal que causam. Através da poluição do meio ambiente e desmatamento que provocam, desenvolvem suas atividades comerciais e econômicas e em muitas circunstâncias não fazem os investimentos adequados para o funcionamento de instituições e serviços. Por causa disso, muitos problemas podem ser gerados.

É inadmissível que não haja responsabilidade para patrões (as), chefias e políticos quando ocorre uma situação grave em sua empresa ou instituição provocada pela exploração de empregados (as) e pelas condições de trabalho e de funcionamento ruins.

Há também em nosso grupo quem avalie que hoje as relações entre as pessoas estão melhores, porém, infelizmente há muita competitividade entre as pessoas em todas as áreas da vida.

Percebemos também que há preconceito e discriminação entre as pessoas para construir relacionamentos afetivos. Um de nossos integrantes compartilhou conosco que sofre preconceito e discriminação por ser um homem negro e ser uma pessoa com deficiência. Na opinião dele muitas mulheres não se relacionam afetivamente com ele por causa disso.

Entendemos que o mundo está mais ou menos porque há coisas ruins que acontecem desde muito tempo, mas também temos muitos exemplos que nos inspiram e enchem de alegria e emoção. Dois integrantes do nosso grupo foram responsáveis junto com outras pessoas da comunidade pela reivindicação e construção de um complexo poliesportivo daqui da região onde fica o Tear das Artes.

Eles nos contaram que em sua juventude havia lugares no bairro que crianças e jovens se reuniam para praticar esportes como futebol, vôlei, skate e se reuniam também para brincar e se encontrar. Ambos lembraram como foi a história do que faziam e de como foi a construção do que hoje é uma quadra poliesportiva, campo de futebol, uma pista de skate e uma praça com uma academia pública. Sentem-se emocionados de alegria pela conquista que antes parecia algo que foi feito muito sem pensar, feito de forma natural. Sem ter a consciência do enorme benefício que estavam proporcionando a toda comunidade.

 

 

 

 

Visita dos (as) Profissionais do Programa de Residência em Saúde da Família da Prefeitura de Campinas



No Blog de hoje estamos recebendo a visita de 3 profissionais que estão fazendo estágio de 1 mês aqui no Tear das Artes.

Estes (as) profissionais são integrantes do programa de residência em saúde da família da prefeitura municipal de Campinas.

Elas (es) são a Marília, o Leonardo e a Eduarda. Eles estão fazendo estágio nesse mês no CAPS AD Sudoeste e no Tear das Artes.

Como a especialização deles (as) é de Saúde da Família eles (as) nos contaram que o programa dura 2 anos e o campo de estágio de referência deles (as) são os centros de saúde do SUS Campinas. Há 120 profissionais no programa de residência.

Elas (es) estagiam no Centro de Saúde Vista Alegre e Centro de Saúde Integração que ficam na região sudoeste e noroeste de Campinas, respectivamente. 

O estágio que estão fazendo aqui no Tear é chamado de estágio eletivo que dá a oportunidade de profissionais que estão no programa de residência possam estagiar noutros serviços da rede de saúde do SUS municipal. O que proporciona a elas (es) o entendimento e experiência sobre o funcionamento de serviços de diferentes complexidades de saúde.

Eles (as) informaram que a atenção básica é a porta de entrada do atendimento no SUS e que a saúde da família é muito importante para a população.

Eles são profissionais enfermeira, profissional de educação física e fisioterapeuta. 

Para o grupo, fazer estágio em serviços de saúde mental une interesse e a possibilidade de ter experiência em uma área que não tiveram oportunidade em sua formação.

O grupo informou que em sua prática na atenção básica tem tido a oportunidade de participar de atendimentos e processos grupais em que perceberam a importância da saúde mental na vida das pessoas e como a profissão delas (es) podem ser fundamental para promover ou restabelecer a saúde mental das pessoas.

Integrantes do Blog também perguntaram sobre se eles podem fazer todos os atendimentos que estão previstos na formação deles na atenção básica. O grupo informou que nem todos os tipos de atendimento são oferecidos na atenção básica, porém, é fundamental a população ter acesso a atendimentos com profissionais de diferentes formações no SUS e que tenham condição de fazer avaliação em saúde de uma perspectiva ampla e com condição de identificar diferentes tipos de questões para sua saúde e se for necessário encaminhar para outros tipos de serviço de saúde.

Em relação a saúde mental eles (as) nos colocaram questões muito significativas que tem percebido no dia a dia do atendimento que tem realizado no SUS.

Para o grupo o atendimento em saúde e saúde mental tem que ser humanizado e tem que ser feito com a duração necessária para a particularidade do problema de saúde que você está enfrentando. Esta lógica de atendimento deve ser ampliada para todos os atendimentos no SUS, para todos os profissionais de saúde.

O atendimento em saúde tem que ser realizado de forma cuidadosa e com a profundidade necessária para entender e lidar com as questões que cada pessoa está enfrentando no seu dia a dia.

Ao final conversamos sobre os problemas relacionados as condições de trabalho e infraestrutura dos serviços do SUS e a falta de investimentos de forma estrutural que o SUS enfrenta e que é responsável pela entrega de serviços com capacidade insuficiente para atender as necessidades da população.

O grupo manifestou preocupação que coincide com a análise que fazemos de que nossos serviços de saúde são insuficientes para atender o tamanho da população que atendem. As vezes até 3 vezes menos do que é necessário.

Há questões que conversamos de que atualmente no SUS enfrentamos falta e falta de reposição de profissionais para atender de forma adequada nas equipes dos serviços e que muitas vezes elas (es) como profissionais residentes são responsabilizados por lidar com demanda dos serviços no lugar da equipe que falta.

O grupo informou que o pagamento de profissionais da residência é feita pelo ministério da saúde e da educação, portanto, apesar de atuarem em Campinas não é o município que custeia o programa que eles fazem parte.



 


Por que estamos vivendo uma Crise na Saúde Mental em Campinas?


Atualmente em Campinas, estamos vivendo um período de crise na saúde mental.

Acompanhamos com bastante preocupação as notícias sobre os problemas no funcionamento da rede de atendimento em saúde mental do SUS. 

A rede de saúde mental é chamada de Rede de Atenção Psicossocial (RAPS) e é composta por serviços e profissionais que atuam desde a atenção básica, nos Centros de Saúde, até nos chamados serviços especializados como os CAPS que atendem o publico adulto, adolescentes e crianças com transtornos mentais (CAPS III e CAPSij) e pessoas que fazem uso problemático de álcool e outras drogas (CAPS AD). 

O Tear das Artes é um Centro de Convivência (CeCo) que também faz parte desta rede de serviços que ainda conta com as Moradias (Serviços Residenciais Terapêuticos), Consultório na Rua (CNaR) e Serviços/Projetos de Geração de Renda em Saúde Mental.

Os serviços de saúde mental do SUS em Campinas são administrados pela própria prefeitura municipal e também pelo Serviço de Saúde Dr Cândido Ferreira (Cândido Ferreira) que há mais de 30 anos mantém convênio com a secretaria de saúde de Campinas para gestão e administração de serviços ofertados a população.

O Cândido Ferreira administra 41 serviços de saúde mental. O que corresponde a 75% dos serviços de saúde mental em Campinas.

Pela notícia que recebemos o problema começou devido à necessidade de renovação do convênio entre a secretaria de saúde e Cândido Ferreira. Pelo informado há um impasse na negociação dos valores entre a prefeitura de Campinas e o Cândido Ferreira.

Tal fato está gerando uma crise na cidade, pois, segundo o informado pelo Cândido Ferreira há necessidade de reajuste no valor pago pelo convênio, pois, o valor pago atualmente é insuficiente para pagar o custo do funcionamento dos serviços.

Desde o final do mês de maio a prefeitura de Campinas e Cândido Ferreira estão em negociação sem chegar a um acordo. Até o Ministério Público foi acionado para intermediar a negociação. Pela informação que recebemos há a preocupação de que ela não esteja ocorrendo de forma justa e por isso está acontecendo a participação da justiça. Comissões constituídas por trabalhadores do Cândido Ferreira, por Pessoas Usuárias dos Serviços da Rede de Saúde Mental de Campinas (RAPS Campinas) e do Conselho Municipal de Saúde também estão participando.

Como consequência da falta de acordo começou a ocorrer cortes na alimentação e transportes fornecidos para as pessoas atendidas e há mais ou menos 3 semanas está ocorrendo uma greve de funcionários dos serviços de saúde mental administrados pelo Cândido Ferreira.

Sobre isso realizamos debate entre nosso grupo para compreender e conversar melhor sobre o que está acontecendo e partilhar as nossas preocupações relativas ao momento.

Compartilhamos aqui com vocês nossas reflexões:

Entendemos que a situação é grave e ameaça todo o funcionamento do atendimento em saúde mental do SUS da cidade. 

Entendemos também que grande parte da população ainda não tem informação e noção do que está acontecendo.

A prefeitura municipal de Campinas é responsável pela oferta de atendimentos em saúde mental independentemente se os serviços vão ser oferecidos pelos serviços municipais ou do Cândido Ferreira.

A prefeitura precisa priorizar a renovação justa do convênio para normalizar o atendimento em saúde mental na cidade.

Há um grande movimento na cidade que reúne trabalhadores, usuários de saúde mental e o movimento da luta antimanicomial de Campinas em defesa da rede de saúde mental de Campinas.

Foi informado que há risco de fechamento de serviços de saúde mental e demissão de 114 funcionários;

Entendemos que todas e todos o envolvidos tem o direito e precisam fazer manifestação pública e protestos porque parece que o prefeito municipal de Campinas não tem priorizado resolver a situação e não tem sido afetado pela crise que a cidade está vivendo. 

Entendemos que fazemos parte deste coletivo afetado e estamos participando das ações que estão sendo realizadas mesmo que o Tear seja um serviço administrado pela prefeitura.

A população ainda está pouco informada do que está acontecendo! É necessário fazer ações para informar a população.

No debate é importante levar em consideração que os serviços de saúde mental são imprescindíveis para a garantia dos direitos da população.

Por exemplo, sem os serviços de saúde mental os serviços de atenção básica, os Centros de Saúde e Postos de Saúde, não teriam condições de atender em profundidade os sofrimentos enfrentados por pessoas com transtornos mentais.

O atendimento em saúde mental tem que ser humanizado e tem que ser feito com a duração necessária para a particularidade do problema de saúde que você está enfrentando. Esta lógica de atendimento deve ser ampliada para todos os atendimentos no SUS, para todos os profissionais de saúde.

O atendimento em saúde tem que ser realizado de forma cuidadosa e com a profundidade necessária para entender e lidar com as questões que cada pessoa está enfrentando.


Encerramos nosso debate com votos de que a situação seja solucionada com respeito a quem trabalha e as pessoas que frequentam e precisam dos serviços de saúde mental.

Desejamos que todos os serviços e trabalhadores (as) sejam mantidos (as) e que a população seja atendida nas suas reivindicações, inclusive, com a melhoria do atendimento que já existe.