segunda-feira, 4 de agosto de 2025

O tempo, as mudanças e a sociedade


Nostalgia define nossa reflexão de hoje. Mas, como sempre nossa conversa envolve a experiência de cada pessoa e ao mesmo tempo do mundo que nos rodeia.

É intrigante observar o tempo passar. Quem não se pegou pensando na vida após reencontrar uma pessoa conhecida na rua que não revia há muitos anos? Alguém com quem a gente conviveu por muito tempo talvez já até tivemos amizade e agora somos apenas conhecidos de encontros casuais no mercado.

Estes encontros nos proporcionam quase sempre uma retrospectiva sobre a vida do tipo que nos coloca no túnel do tempo de tudo que já vivemos. Junto com isso revisitamos tempos antigos, lembranças de amizades, memórias da vida vivida e do mundo do nosso tempo. É importante lembrar de coisas que vivemos, que são muito queridas e que talvez não voltam mais. 

No dia de hoje lembramos de 30 anos atrás. Memórias de como era o mundo nos anos 90 palco da juventude de muitos de nossos integrantes. O cenário daquela época era de um momento em que o povo brasileiro recebia informações que a meta da vida era estudar, se qualificar profissionalmente e conhecer a tecnologia.

Com o passar dos anos percebemos que o incentivo era para que as pessoas se qualificassem para atender a necessidade econômica da época e não para se desenvolver como pessoa. 

Este fato é muito importante porque o setor econômico sempre priorizou quem tem muito dinheiro e não o povo. Com o tempo observamos que a economia mudou sem haver a preocupação com as pessoas. 

Sempre que há uma crise nos setores produtivos a primeira notícia que temos é de que haverá demissões de quem trabalha e nunca que haverá diminuição do lucro do setor. Entendemos que diminuir lucro não é ter prejuízo. Mas, sim que o muito lucrativo ou muito rico vai ganhar menos. Isto não é justificativa para demitir quem trabalha. 

Hoje percebemos que a população é incentivada a conhecer a internet, adquirir e usar telefones celulares de forma rápida e imediata sem conhecer a fundo as origens da tecnologia que faz isso acontecer.

Na nossa opinião a história está se repetindo, pois, parece que a nova geração está sendo incentivada a dominar aquilo que é o necessário para o seu tempo, sem ser incentivada a questionar os rumos da sociedade em que vivem e se isso está sendo feito em seu benefício. 

Por fim, vemos propagandas de tecnologias caríssimas para aumentar o lucro de setores que beneficiam muito poucas pessoas, como o "Agro".  Inclusive, para nós o problema maior é o uso de agrotóxicos na lavoura que nos afeta muito mais que o lucro dos latifundiários e as máquinas avançadas que hoje existem para realizar as colheitas.

Porém, a história também é feita de histórias que nos inspiram, como a do ex prefeito Toninho (Antônio da Costa Santos) de Campinas, assassinado em 2001. Durante sua curta passagem pela prefeitura municipal defendeu o interesse da população e tentou investir em um projeto de cidade para quem vive nela e não o interesse de grande empresários. Infelizmente foi morto antes de concluir seus planos o que hoje é um prejuízo para toda a cidade.

Em cidades grandes, como Campinas, parece que muitas mudanças feitas nem sempre favorecem as pessoas. Membros do nosso Blog lembraram de muitos acontecimentos em que coisas mudaram na cidade e que sentiram ser um prejuízo em vez de melhorar. Isto acontece desde a mudança de sentido de uma rua até o corte de uma grande quantidade de árvores para dar lugar a corredores de ônibus.


Esta situação chega a ser sentida de forma muito profunda para as pessoas. A natureza e as construções são parte da identidade do povo e mudanças repentinas podem inclusive ser motivo de produzir sentimento de vazio e tristeza.  

Lembramos de histórias de associações de bairro e seus integrantes que durante muitos anos em Campinas e em muitos outros lugares lutaram por melhorias para a população de diversos lugares. Hoje percebemos que muitas associações perderam o sentido de sua atuação porque tem funcionado mais para gerar lucro para quem realiza as atividades sem que o dinheiro arrecadado seja revertido para benefício da própria comunidade.   

Uma coisa nos intriga. Em Campinas existe aeroporto, laboratórios de alta tecnologia, universidades e serviços de excelência. 

Por que estas coisas grandiosas construídas em muitas lugares como aqui não são feitas para a maioria do povo poder usar?

O que a gente pode fazer para mudar isso? E você aí o que pensa?







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